quinta-feira, 18 de junho de 2009

Meus tempos de escola


É tão bom lembrar daquele tempo de 4º série, época da pré-adolescência. Estudava no Colégio Senso. Minha turma era bastante numerosa. Nela havia de tudo, o(a) feinho(a), o(a) magrinho(a), o(a) gordinho(a), o(a) maluco(a), entre outros.

Certa vez estava com alguns colegas pelos quais tinha mais afinidade. Me falha o nome deles na memória, mas isso não importa. Brincávamos na sala de aula no período do recreio. Havia alguns cartazes de trabalhos escolares pregados na parede. É nessa idade que meninos e meninas adoram brincar. Qualquer coisa pode se tornar brincadeira. E assim eu, juntamente com outros quatro, pegamos as cartolinas e começamos a se divertir como se os materiais fossem espadas. Consequentemente os objetos rasgaram-se. É comum numa sala de aula ter um fofoqueiro(a). Na minha não era diferente, e a notícia do ocorrido logo chegou aos ouvidos da coordenadora pedagógica, Silvia. Ao adentrar na classe sua cara não estava nada boa. Meus amigos e eu ficamos trêmulos, nervosos e de repente ela falou:
-Quem foram os responsáveis por isso?
O silêncio rondou a sala, o suspense tomou conta do ambiente. Silvia mais séria ainda e com um tom de voz mais forte indagou novamente:
-Quem foram os responsáveis por isso?
Passaram-se alguns instantes, percebi que meus companheiros não queriam acusar-se. Fui corajoso, levantei a mão levemente e falei:
-Fui eu.

Os meus colegas aproveitaram a ocasião e também se entregaram. A coordenadora falou que como só eu tive a coragem de assumir o erro, não assinaria a ficha de ocorrência. Todos os outros assinaram. Naquele dia pude vivenciar e perceber o valor da sinceridade. E também passei a olhar com mais carinho os cartazes expostos nas paredes.